Convidados

Posted in By Crítica genética e Criação

Alba Escalante (UnB)

ESCRIT(UR)A E PSICANÁLISE
 
Resumo da oficina:
O inconsciente é estruturado como uma linguagem e, embora no dispositivo analítico a fala é a hospedeira por excelência das manifestações do inconsciente – ato falho ou o chiste – na escrita, especialmente na escrita de criação literária, podemos entrever as manifestações de alguns significantes privilegiados. O que há de enigmático na escrita? Neste encontro serão explorados alguns pontos do vértice escrita e psicanálise sem pretensão de fazer aplicação psicanalítica. Como o próprio Lacan anuncia, a tentativa é a de aplicação da arte à psicanálise. O saber psicanalítico, dito na escrita literária, a escrita do Sujeito inscrito na linguagem.

Palavras-chave: Sujeito - Escrita - Psicanálise


Bibliografia resumida:
ALLOUCH, J. A clínica do escrito. Rio de Janeiro: Companhia de Freud, 2007.
FREUD, S.  Psicopatología de la vida cotidiana. Madrid: Alianza, 1966.
LACAN, J. Escritos. Rio de Janeiro: J.Zahar, 1998.
PALAZZO NAZAR, T. O sujeito e seu texto. Psicanálise, arte e filosofia. Rio de Janeiro: Companhia de Freud. 2009.

Mini currículo: [CV Lattes]
Alba Escalante é Mestre em Língüística Aplicada pela Universidade de Brasília e possui graduação em Psicologia pela Universidad Central de Venezuela (1994). Na Venezuela, além de trabalhar na área de psicología clínica, foi Coordenadora de Educação na Fundação Cinemateca Nacional. Nessa instituição desenvolveu um projeto para a formação de espectadores críticos. No Brasil vem trabalhando na área de Letras, com ênfase no Espanhol, em diferentes intituições públicas e privadas. Atualmente é professora do Curso de Tradução Espanhol da Universidade de Brasília.


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Alice Maria de Araújo Ferreira (UnB)


O USO DOS DICIONÁRIOS NA TRADUÇÃO

Resumo das oficinas:
É mais do que sabido que os tradutores se auxiliam de todo tipo de dicionários na tarefa de transposição de uma língua-cultura para outra. Mas, que tipo de conhecimento eles têm sobre essas obras lexicográficas e terminológicas? Verificou-se, a partir de entrevistas com vários tradutores que eles têm um conhecimento comum, ou seja, o mesmo de qualquer pessoa. Consultam dicionários em busca de definições e/ou de correspondências de itens lexicais, sem se preocuparem com as especificidades de cada obra. Nesta oficina, propomos apresentar uma tipologia das obras lexicográficas e terminológicas fundamentada nas ciências do léxico. Apresentaremos como cada tipo se estrutura e de que maneira essas obras constroem um discurso sobre a língua-cultura e seu processo histórico, sobre as áreas de conhecimento específico ou ainda sobre determinado domínio metalingüístico. Trataremos, em particular, dos dicionários ditos bilíngües e da complexidade da questão sobre bilingüismo.

Palavras-chave: Dicionários. Tradução. Ciências do léxico.


Bibliografia resumida:
BÉJOINT, H.; TROIRON, P. (org.). Le sens en terminologie. Lyon, PUL, 2000.
KRIEGER, M.G., FINATTO, M.J.B. Introdução à terminologia : teoria e prática. São Paulo, contexto, 2004.
OLIVEIRA, A. M. P. P.; ISQUERDO, A. N. As ciências do léxico: lexicologia, lexicografia, terminologia. 2. ed. Campo Grande: Editora UFMS, 2001.
REY, A. Terminologie : noms et notions. Paris, PUF, 1992.
REY-DEBOVE, J. Etude linguistique et sémiotique des dictionnaires français contemporains. La Haye. Mouton, 1971.
SAGER, J.C. Curso práctico sobre el procesamiento de La terminologia. (trad. Laura Chumilas Moya), Madrid, Biblioteca Del libro, 1990.


Mini currículo: [CV Lattes]
Alice Maria de Araújo Ferreira é doutora em Linguística pela Universidade de São Paulo – USP onde defendeu uma tese sobre em lexicografia e terminologia elaborando um vocabulário com equivalências em francês da obra de Milton Santos. É membro efetiva do GT da ANPOLL de lexicografia, lexicologia e terminologia. Coordenadora do Grupo de Pesquisa em Terminologia e Tradução – GPTT do Departamento de Línguas Estrangeira e Tradução – LET, da UnB.


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Claudia Amigo Pino (USP)

ESCRITURA E MORTE: O CASO DE ROLAND BARTHES

Resumo da palestra:
Na narrativa do século XX, encontramos vários romances que podem ser acusados de "assassinos" do seu autor, que morreu enquanto os escrevia. Em geral, esses romances não são engavetados pelos editores: a morte se transforma em um chamariz para a venda, e de alguma forma permeia também o prazer de sua leitura. Porém, reconstituir a narrativa não é uma tarefa fácil: se os romances de alguma forma estão envolvidos na morte do autor, é porque sua composição apresenta um grande perigo (para o autor, para a literatura em si, para o próprio leitor). Nesta apresentação, propomos expor o caso do romance que Roland Barthes (1915-1980) escrevia no momento de sua morte: Vita Nova. Por meio dos instrumentos propostos pela crítica genética, propomos levantar os problemas da reconstituição desse processo de criação e discutir o perigo e o prazer de escrever com a morte.


 Palavras-chave: Roland  Barthes, escritura, morte.


Bibliografia resumida:


Mini currículo: [CV Lattes]
É professora doutora do Departamento de Letras Modernas da Universidade de São Paulo desde 2002. Até o momento, publicou três livros: Escrever sobre escrever (em co-autoria com Roberto Zular), pela Editora Martins Fontes; A ficção da escrita, pela Ateliê Editorial, e Criação em debate, pela editora Humanitas e diversos artigos nas áreas da crítica genética, crítica literária e literatura francesa. A partir de abril de 2009, é coordenadora da pós-graduação em Estudos Linguísticos, Literários e Tradutológicos em Francês da USP.


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Dominique Fingermann

ESCREVER A CLÍNICA: DA NOVELA FAMILIAR AO NÓ OU DO ROMANCE À ESCRITA


Resumo da palestra:
O dispositivo analítico, associação livre vetorizada pela transferência, re-produz num trabalho de decifração a escrita da neurose da novela familiar. O ato do analista, atualizado pelo seu corte, produz a letra (lettre) , a cifra original do ser (l'être). O corte da sessão suspende o sentido, suspende o sujeito no intervalo da não resposta do Outro. Ele faz valer o intervalo – interdito -, atualizando, aí, o dizer que sustenta todos esses volteios, todas as voltas nos ditos produzindo, extraindo “Nonada”, das piruetas de Riobaldo, para dar forma ao mal e aos “100 nomes ao diabo ”. Do que não cessa de se inscrever – ficção – ao que cessa de  não  se inscrever: Nonada, escrita. O discurso analítico tem conseqüência, de escrita. A escrita na clínica é a consequência do que o ato analítico possibilitou como inscrição, como leitura e como escrita.


Palavras-chave: dispositivo analítico, escrita da neurose, corte da sessão.


Bibliografia resumida:
LACAN, Jacques. D’un autre à l’Autre - Séminaire XVI (1968-69). Paris: Éditions du Seuil, 2006;
LACAN, Jacques. L’envers de la psychanalyse – Séminaire XVII (1969-70). Paris: Éditions du Seuil, 1991;
LACAN, Jacques. Le sinthome – Séminaire XXIII (1975-76). Paris: Éditions du Seuil, 2005;
ROSA, João Guimarães. Grande Sertão : Veredas. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2001.
WEDEKIND, Frank. L'éveil du printemps. Paris: Gallimard, 1974.


Mini currículo:
Dominique Fingermann é psicanalista, diplomada em Psicologia Clínica pela Universidade Paul Valéry (Montpellier, França), DESS pela Universidade de Provence Aix-marseille. É membro da IF-EPFCL (Internacional dos Fóruns-Escola de Psicanálise dos Fóruns do Campo Lacaniano) e Analista Membro da Escola (AME) da mesma instituição. É Representante Brasileira no colegiado diretor da IF-EPFCL. Autora do livro Por Causa do Pior em parceria com Mauro Mendes Dias (Editora Iluminuras, São Paulo, 2005), Fingermann também possui textos publicados em diversas coletâneas e revistas no Brasil, França e outros países.



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Elizabeth Calaque (Universidade de Grenoble, França)

COLLOCATIONS ET ORGANISATION MENTALE DU LEXIQUE


Resumo da palestra n°1:
L’approche syntagmatique ou « Lexical approach » (Lewis 93, 97, Nattinger et de Carrico 92) appliquée à l’apprentissage de l’anglais langue étrangère, postule que la langue est constituée de syntagmes   préconstruits dans le lexique mental du sujet   (« chunks) sur la base de collocations  propres à l’anglais et à chaque  domaine étudié. “Collocation is the readily observable phenomenon whereby certain words co-occur in natural text with greater that random frequency.” Implementing to lexical approach, putting theory in practice, M Lewis, Thomson Heinle, p. 8 LTP, 2002). Pour s’exprimer correctement dans une langue étrangère un sujet devrait  donc disposer d’un répertoire de collocations  qui constituent la trame du lexique mental du sujet natif (Chanfrault, 2004), quelle que soit la langue enseignée. Dans cette perspective, nous présenterons une étude portant sur l'organisation des collocations lexicales chez des francophones. L’analyse des résultats permettra de montrer que les segments préconstruits sont effectivement présents et organisés sur des critères sémantiques, dans le lexique mental des sujets testés.
Concernant l’enseignement des langues , la « lexical approach » met en évidence la nécessité de dépasser la distinction traditionnelle lexique/grammaire en intégrant le fait  qu’une  part importante de la langue est constituée de segments «préfabriquées » (Lewis 2005), dont l’assimilation  conditionne la fluidité de l’expression orale et écrite.

Palavras-chave: Collocations, structures lexicales, lexique mental, approche syntagmatique, apprentissage du lexique.

Bibliografia resumida:
CALAQUE, E (2008), Mots construits, collocations et construction du système lexical : aspects linguistiques et didactiques, (dir D Le Pesant) Université Paris 10,  Cahiers de l’ED : connaissance, langage, modélisation,  no 139, 21-34.
CALAQUE E.  (2007), Approche syntagmatique du lexique : collocations et image de l’organisation lexicale, Acquisition et  didactique 1, actes du colloque AFLS, Université de Savoie, dir H Hilton.
CALAQUE E., DAVID, J.  Dir  (2004), Didactique du lexique, contextes, démarches et supports Bruxelles, De Boeck.
LEWIS, M. (1997), Implementing the Lexical Approach, putting Theory into Practice London, Language Teaching Publications.
LEWIS, M. (2000), Teaching Collocations, Further Developments  in the Lexical Approach, Language Teaching Publications.
REY, A. (1977), Le lexique, images et modèles, Paris, Armand Colin.


ITINÉRAIRES DE LECTURE


Resumo da palestra n°2:
Présentation d’une démarche intitulée, «Itinéraire de lecture», élaborée dans le cadre de recherches sur la compréhension des textes. Démarche expérimentée avec différents publics, enfants adolescents et adultes francophones et non francophones, sur des textes littéraires et non littéraires appartenant à différentes disciplines. Des expérimentations ont été également menées de manière plus limitée sur des textes écrits dans d'autres langues que le français (arabe, anglais, espagnol, hongrois, grec moderne). L'analyse des résultats obtenus dans différents contextes d'application de la démarche fait apparaître l'importance du positionnement du lecteur dans la construction du sens. En effet, les ressources cognitives ne semblent utilisées que si attention, mémoire, conscience et décision sont impliquées. « L'itinéraire de lecture » est précisément conçu pour favoriser l'utilisation de ces ressources en incitant le sujet, et plus particulièrement l’apprenant en situation scolaire, à être un lecteur actif, impliqué dans la construction du sens de ce qu'il lit. L’objectif de la démarche est de mettre l'élève en situation de cheminer dans le texte et d'en construire la signification. Cela, sans se référer à un modèle préalable de compréhension suggéré par le questionnement du maître, dont l'intervention se trouve ainsi différée, mais toujours aussi indispensable. Cette démarche applicable à des publics divers, à des textes littéraires et non littéraires en français et dans d’autres langues, peut déboucher sur de multiples adaptations en langue étrangère ou maternelle (M Jeffroy 2005).

Palavras-chave: Didactique de la lecture, Lecture-compréhension, construction du sens, cohérence textuelle, interprétation, réception du texte.

Bibliografia resumida:
BEAUGRANDE R. (1981): "Design criteria for process models of reading". Reading Reearch Quaterly, trad in Denhière., G. (1984).
CALAQUE. E. (1995) Lire et comprendre: l'itinéraire de lecture, CRDP de Grenoble.
CARON, J. (1983): Les régulations du discours: psycholinguistique et pragmatique du langage. Paris; PUF.
CHAUMET A. (2002) Une expérimentation pour mieux cerner la lecture-compréhension : mise en œuvre pédagogique de l’itinéraire de lecture, mémoire professionnel, IUFM de Grenoble, diecteur F Quet     
FRAUENFELDER, U. (1978-79): "L'intégration perceptive des phrases'". Bulletin de psychologie, 341, pp 893-902, CNRS; Paris.
JEFFROY M. (2005) Poésie du texte à l’image, CRDP de Grenoble.


LES MOTS EN JEUX

Resumo da oficina:
Le lexique généralement annexé à d’autres apprentissages considérés comme plus fondamentaux écriture et lecture par exemple, est un peu le parent pauvre. Considéré comme un outil dont on se sert à tout moment, le vocabulaire est paradoxalement partout et nulle part. Il est donc nécessaire, d’imaginer en didactique des langues, des méthodes d'apprentissage, fondées sur l'exploitation systématique des propriétés linguistiques. Le choix des mots construits, comme base de travail de l’ouvrage, Les mots en jeux, peut sembler réducteur, mais du point de vue didactique le travail à partir de ce type de mots permet d’aborder le fonctionnement du système lexical à différents niveaux : orthographique, morphologique, syntaxique et sémantique. En effet, « les morphèmes et les lexèmes, en tant qu’unités signifiantes (lexicalement, syntaxiquement) susceptibles d’entrer dans des compositions orthographiques multiples, représentent des unités potentiellement différenciées et organisées dans le lexique mental. » (Babin 98 p 75 ; Champagnol 89). C’est dans cette perspective que nous avons élaboré les jeux lexicaux présentés ici: jeux d’association centrés sur l’exploration de relations formelles et sémantiques existant entre les mots; jeux de constructions portant sur l’observation et la mise en oeuvre des règles de construction des mots (lexique général ou spécialisé), à partir de leurs éléments (préfixes, suffixes et radicaux). Cette démarche, qui renvoie à des unités signifiantes représentées dans le lexique mental, prend ainsi tout son sens dans l’apprentissage lexical.

Palavras-chave: Mots construits,  jeux lexicaux, apprentissage du lexique.

Bibliografia resumida:
BABIN, J.P. (1998), Lexique mental et morphologie lexicale. Neuchâtel : Peter Lang.
CALAQUE, E., MARTINO, G. (2007), Batimo, situations d’apprentissage pour acquérir du vocabulaire en manipulant préfixe, suffixes et radicaux, éd de la Cigale,Grenoble 2007.
CALAQUE, E. (2004), Construction du lexique et construction des connaissances, Colloque AIRDF, Québec, http://www.colloqueairdf.fse.ulaval.ca/
CALAQUE, E. (2002), Les mots en jeux, CRDP de Grenoble.
CHAMPAGNOL, R. (1989), Lexique mental : modèles d’accès au lexique, Revue canadienne de psychologie, 43 (4), 471-493.
CORBIN, D. (1991), Morphologie dérivationnelle et structuration du lexique. Sens et structures. Presses Universitaires de Lille (2èm édition).
TEMPLE, M. (2005), Pour une sémantique des mots construits, Lille, Presses universitaires du Septentrion.

Mini currículo:
Docteur en linguistique appliquée, elle a occupé un poste d’ingénieur de recherche au Laboratoire LIDILEM de l’Université Stendhal jusqu’en 2007. Dans ce cadre elle a mené ces dernières années des travaux centrés sur l’enseignement et l’apprentissage du lexique en FLM et FLE dans le prolongement de travaux antérieurs sur la compréhension des textes. Elle a également travaillé sur la didactique du FLE à l’école. Responsable de formations destinées aux enseignants étrangers en stage à l’université Stendhal. En relation avec ses domaines de recherche, elle a effectué des missions en Europe, ainsi qu’aux Etats-Unis à l’université de Californie où j’ai assuré un séminaire de linguistique française dans les formations MA du French Summer Institute (UCSB). Actuellement, elle continue à participer aux activités du laboratoire LIDILEM  - Université Stendhal de Grenoble 3, France.


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Jacques Donguy

 

ÉLARGISSEMENT DU LANGAGE À TRAVERS POÉSIE SONORE ET POÉSIE NUMÉRIQUE : LA NOTION DE VERBI-VOCO-VISUAL


Resumo da oficina:
Outre une courte performance avec textes, sons et images en aléatoire, Jacques Donguy animera un atelier sur la notion de verbi-voco-visuel, en référence à la fois à la théorie optophonétique de Raoul Hausmann et à l'oeuvre d'Augusto de Campos, à travers son spectacle Poesia é risco, dans la perspective d'une écriture à venir.

Palavras-chave: verbi-voco-visuel ;  poésie concrète brésilienne ;  poésie numérique.


Bibliografia resumida:
Une Génération, 1960-1985 - Poésie concrète Poésie sonore Poésie visuelle, Henri Veyrier, 1985.
Les Echos de Mallarmé, Du Coup de Dés à l'informatique, Musées de Sens, 1998
Poésies expérimentales Zone numérique, presses du réel, 2007.


Mini currículo:
Il a enseigné pendant 10 ans à l'Université Paris I Sorbonne (St Charles). Anime l'association A.D.L.M. (Association pour le Développement de la Littérature Multimédia). Jacques Donguy, auteur de Poésies expérimentales Zone numérique aux presses du réel en 2007, a été le théoricien de la Poésie Numérique  (manifeste dans la revue Art Press en 2002) qu'il pratique lui-même dans des festivals de poésie. Il a aussi rédigé la préface du catalogue de l'hommage à Mallarmé au Musée de Sens en 1998 et a traduit une anthologie des "non-poèmes" d'Augusto de Campos en 2002. Il anime aussi, avec Jean-François Bory, la revue Son@rt sur CD et DVD (50 numéros) et a organisé en août 2009 une exposition à Sao Paulo sur la "Poésie expérimentale française" depuis le Coup de Dés de Mallarmé jusqu'à la Poésie numérique, dans le cadre de l'Année de la France au Brésil.
Site de l´auteur: http://www.donguy-expo.com/
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Piero Eyben (UnB) 

UN COUP DE DÉS :  ABISMO E CONTROLE


Resumo da palestra:
A partir da leitura de Un coup de dés, de Stéphane Mallarmé, pretendo discutir, na presente conferência, a ideia de escritura como uma atividade dual que se situa entre o jogo e o jogar-se, entre a possibilidade de controle e regramento das figuras poéticas e a ideia do abismo como espaço literário. Para tanto será apresentada a versão – fac-símile – do poema com as provas e correções do poeta no intuito de discutir a gênese dessa mobilidade poética.

Palavras-chave:  Mallarmé; Poesia Moderna; Manuscrito; Desconstrução.

Bibliografia resumida:
BLANCHOT, Maurice. L’espace littéraire. Paris: Gallimard, 2003a.
BLANCHOT, Maurice. Le livre à venir. Paris: Gallimard, 2003b.
DERRIDA, Jacques. La dissémination. Paris: Gallimard, 1972.
MALLARMÉ, Stéphane. Un coup de Dés jamais n’abolira le Hasard. Manuscrit et épreuves. Édition et observations de Françoise Morel. Ed. fac-similé. Paris: La Table Ronde, 2007. 
                                                                                       


O ENSAIO NO CURSO LITERÁRIO

Resumo da oficina:
A criação do gênero "ensaio" é atribuída, no contexto da história literária, à figura de Michel de Montaigne. Tendo como ponto de partida a leitura dos "Essais", pretendo discutir as estruturas do ensaio como experiência limítrofe entre o literário e o crítico; entre a leitura e a escritura. Desse modo, ao problematizar a escrita de si como um lugar de vivência de passagens e de divagações, a presente oficina tem por intuito desenvolver a leitura crítica (e desconstrutiva) de três "momentos" do gênero (Montaigne, Mallarmé e Benjamin).

Palavras-chave:  Ensaio, Montaigne, Limite.

Bibliografia resumida:
ADORNO, T. W. O ensaio como forma. In: Notas de literatura I. Trad. e apresentação de Jorge M. B. de Almeida. São Paulo: Duas Cidades; Ed. 34, 2003, p. 15-45. 
BENJAMIN, Walter. Passagens. Belo Horizonte: UFMG/Imprensa Oficial, 2006.
FOUCAULT, Michel. O que é um autor? In: Estética: literatura e pintura, música e cinema. Manoel Barros Motta. 2.ed. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 2006a, p. 264-298.
FOUCAULT, Michel. A escrita de si. In: Ética, sexualidade, política. Org. Manoel Barros Motta. 2.ed. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 2006b, p. 144-162.
MALLARMÉ, Stéphane. Divagations. Genève: Éditions d’Art Albert Skira, 1943.
MONTAIGNE, Michael de. Essais. Paris: Garnier-Flammarion, 1969-1979, 3 tomes.

Mini currículo: [CV Lattes]
Professor Adjunto de Teoria da Literatura da Universidade de Brasília. Mestre em Teoria da Literatura pela Universidade de Brasília (2005), com enfoque na obra final de Mallarmé. Doutor em Literatura pela mesma Universidade (2008), com tese sobre as relações escriturais do sentido e da disseminação nas obras de Mallarmé e Joyce. Tem experiência na área de Teoria Literária, Filosofia, Tradução, atuando principalmente nos seguintes temas: linguagem poética, french theory, desconstrução, experiências limites da linguagem. Vínculos com o pensamento francês contemporâneo, sobretudo nas figuras emblemáticas de Blanchot, Barthes, Deleuze, Derrida, Foucault e Lacan. Organiza, concebe dramaturgicamente e dirige o Bloomsday BSB, desde 2007. Atualmente executa pesquisa acerca da falência teórica nos campos do saber literário e do pensamento da diferença, coordenando o Grupo de Pesquisa "Escritura: linguagem e pensamento".



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Roberto Zular (USP) 


A VOZ  NO ESPELHO: ORALIDADE, ESCRITA E A TEORIA DAS PULSÕES

Resumo da palestra:
A comunicação a ser proferida tem como objetivo discurtir a relação entre escritura, oralidade e a teoria das pulsões partindo de autores como Valéry, Derrida, Lacan e especialmente Henri Meschonnic. Teremos como eixo de nossa fala a roda da escritura tal como preconizada por Philippe Willemart, onde ganha muito relevo a pulsão invocante e o modo como a escrita literária produz um novo lugar no circuito dessa pulsão.

Palavras-chave:  Escritura,  pulsão, oralidade.

Bibliografia resumida:
Meschonnic, H. Linguagem: Ritmo e Vida. Belo Horizonte, UFMG, 2007. O texto está disponível na internet
Willemart, P. Os processos de criação na escritura, na arte e na psicanálise. São Paulo, Perspectiva, 2009.
Valery, Paul. Variedades. São Paulo: Iluminuras, 1993.
Derrida, J. A farmácia de Platão. São Paulo: Iluminuras, 1997.

Mini currículo: [CV Lattes]
Roberto Zular é professor doutor de Teoria Literária e Literatura  Comparada na Universidade de São Paulo. Autor dos livros Escrever sobre escrever – uma introdução crítica à crítica genética, Criação em processo – ensaios de crítica Genética e Dois ao cubo – alguma poesia francesa contemporânea. É membro do Laboratório do Manuscrito Literário e do Labioratório de Poéticas Contemporâneas, ambos da USP.